O Embraer EMB-111 "Bandeirante Patrulha", também conhecido pelo apelido de "Bandeirulha", foi criado a partir do avião de transporte leve Bandeirante e tem como função o patrulhamento marítimo.O projeto do Bandeirante EMB 110 iniciou antes mesmo da criação da Embraer, quando em 1965, o Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento (IPD) - órgão do Centro Técnico Aeroespacial (CTA) - relançou um antigo projeto de aeronave, chamada então de IPD-6504 (por ser o quarto modelo projetado no ano de 1965), sob as especificações de um pedido do Ministério da Aeronáutica. Em 25 de junho de 1965, o desenvolvimento do projeto foi autorizado pelo governo de Castelo Branco.
O Coronel Paulo Victor, então diretor do CTA, foi quem deu o novo nome à aeronave IPD-6504: “Bandeirante”. Havia uma carga simbólica na expressão, que remetia à idéia dos bandeirantes como pioneiros construtores da integração nacional. Entre projetar e fabricar o protótipo de um avião levava-se aproximadamente cinco anos e muitos recursos, considerando-se a conjuntura econômica restritiva e a política que o Brasil vivia em meados da década de 1960. Apesar disso, o primeiro protótipo do Bandeirante foi construído em três anos e quatro meses após a aprovação de seu projeto. Em 22 de outubro de 1968 foi realizado o seu primeiro voo de teste. Em 19 de agosto de 1969 foi criada a Embraer, destinada inicialmente à fabricação seriada do avião Bandeirante, designado então como EMB 100. Em 02 de janeiro de 1970, a Embraer começou a funcionar, e pôde assumir a produção da aeronave. Apesar do bom desempenho do avião, algumas modificações foram propostas, e sua versão final, chamada de EMB 110 Bandeirante, era maior - com 12 lugares na versão militar - e possuía alguns avanços técnicos em relação aos primeiros protótipos. Com os ajustes necessários, a fabricação seriada iniciou em 1971. Em 1977, a Embraer apresentou uma nova versão da aeronave, o EMB 111, conhecido no Brasil como “Bandeirulha”, versão adaptada do Bandeirante para desenvolver missões de esclarecimento marítimo, busca e salvamento. Foi projetado para suprir uma necessidade da Força Aérea Brasileira (FAB), que procurava substituir os obsoletos B-69 Neptune, produzidos pela Lockheed no início da década de 50, designados Neptune P-15 na FAB. Em 1976 foi feita uma encomenda de doze unidades para a FAB, entregues entre os anos de 1977 e 1979, sendo denominados P-95. A primeira entrega desta versão foi para a Marinha do Chile, em 1977, que encomendou 6 unidades. Estas possuíam um sistema completo de anticongelamento no bordo de ataque das asas. A FAB recebeu suas unidades em 11 de abril de 1978, na Base Aérea de Salvador. No mesmo ano, foi apresentado publicamente durante a Farnoborough Aerospace Show, uma das mais importantes feiras expositivas de aviação do mundo, realizada na Inglaterra. Esta versão do Bandeirantes possui calibragem de auxílios à navegação, com capacidade para até cinco passageiros – dois pilotos, um operador de radar e dois observadores. Equipado com dois motores turboélice Pratt & Whitney PT6A-34, de 750 SHP, pode atingir a velocidade de cruzeiro de 385 km/h. Seu tanque de combustível tem maior capacidade do que o Bandeirante convencional. O alcance do "Bandeirulha" foi expandido com o uso de tanques na ponta das asas, cada um com capacidade de 318 litros de combustível. Como resultado direto do aumento do alcance, o peso máximo de decolagem da aeronave aumentou para 7 000 kg. O nariz do Bandeirante foi modificado, coberto pelo radome de fibra de vidro que protege a antena de seu radar AN/APS – 128, para vigilância costeira, busca, salvamento, navegação, e apoio na elaboração de carta meteorológica. O radar é capaz de detectar um alvo de 150 m² a cerca de 100 quilômetros de distância, mesmo em mares agitados. Estas características foram essenciais para uma das primeiras missões do Bandeirulha na FAB: descobrir barcos pesqueiros clandestinos nas linhas de cardume da costa norte do Brasil. Para as buscas noturnas, o Bandeirulha possui ainda um potente farol na asa direita. Na época de seu lançamento, o grande diferencial eram os equipamentos eletrônicos, que possibilitavam assumir o comando automático, além de outras vantagens que nenhum outro avião similar de sua categoria possuía. A instalação dos cabides subalares e dos tanques de combustível exigiu que fosse feito um reforço significativo da estrutura na junção da asa com o trem de pouso. Em 1981, um EMB-111 foi fornecido à Força Aérea do Gabão. Ao final da década de 1980, mais dez unidades foram encomendadas pela FAB, sendo denominadas P-95B. Guerra das Malvinas Em 1982, durante a guerra das Malvinas, e devido ao avançado estado de obsolescência de seus aviões Neptune, a Armada de la República Argentina (ARA) viu-se sem meios de patrulha marítima adequados para sua necessidade. A FAB, então, alugou para a Armada dois "Bandeirulhas". Os dois aviões foram operados no auge da guerra, a partir de maio, e devolvidos à FAB ao término do conflito. Bandeirulha na FAB Unidades que operaram o P-95:
Ficha Técnica
Especificações Comprimento: 14,91 m Altura: 4,83 m Envergadura: 15,95 m Velocidade máxima de cruzeiro: 393 Km/h Motores: Pratt&Whitney PT6A-34 Potência: 750 hp
0 Comentários
O Embraer EMB-111 "Bandeirante Patrulha", também conhecido pelo apelido de "Bandeirulha", foi criado a partir do avião de transporte leve Bandeirante e tem como função o patrulhamento marítimo.O projeto foi apresentado à Força Aérea Brasileira no ano de 1975 como um substituto para os obsoletos B-69 Neptune, produzidos pela Lockheed no início da década de 50. Em 1976 foi feita uma encomenda de doze unidades para a FAB, entregues entre os anos de 1977 e 1979, sendo denominados como P-95. Neste mesmo período, a Armada do Chile encomendou seis unidades, entregues entre 1978 e 1979. Estas possuíam um sistema completo de anticongelamento no bordo de ataque das asas. Em 1981, um EMB-111 foi fornecido à Força Aérea do Gabão. Ao final da década de 1980, mais dez unidades foram encomendadas pela FAB, sendo denominadas P-95B. Desenvolvimento O Bandeirante Patrulha foi desenvolvido em cima da plataforma do já existente Bandeirante, seu alcance foi expandido com o uso de tanques na ponta das asas, cada um com capacidade de 318 litros de combustível, semelhantes ao do avião de treinamento Xavante. A instalação dos cabides subalares e dos tanques de combustível exigiu que fosse feito um reforço significativo da estrutura na junção da asa com o trem de pouso. Como resultado direto do aumento do alcance, o peso máximo de decolagem da aeronave aumentou para 7 000 kg. Guerra das Malvinas Em 1982, durante a guerra das Malvinas, e devido ao avançado estado de obsolescência de seus aviões Neptune, a Armada de la República Argentina (ARA) viu-se sem meios de patrulha marítima adequados para sua necessidade. A FAB então alugou para a Armada, dois "Bandeirulhas". Os dois aviões foram operados no auge da guerra, a partir de maio, e devolvidos à FAB ao término do conflito. Bandeirulha na FAB Unidades que operaram o P-95:
|
FontesCentro Histórico Embraer HistóricoCategorias |